terça-feira, 3 de maio de 2011

A Revolução dos Bichos - George OrwellGeorge Orwell


A Revolução dos Bichos George Orwell



mostra através de uma história de ficção, a ganância de poder do ser humano. O autor descreve uma granja, cujo dono é o Sr. Jones (Granja do Solar). Os vários animais da granja, porcos, galinhas, vacas, cachorros, gatos, cavalos, gansos e pássaros são induzidos a uma revolta por um porco mais velho (Major).


Este diz ter tido um sonho no qual via um lugar onde todos os animais eram iguais e auto-suficientes. Era o princípio do que chamaram de Animalismo. Este porco morreu duas semanas mais tarde, fortalecendo assim a idéia da revolução. Tempos depois, a revolução ocorreu e o Sr. Jones, sua mulher e seus peões foram expulsos da fazenda. Liderados por Bola-de-Neve (um porco), os animais reorganizaram toda a fazenda, plantavam e faziam colheitas, aprendiam a ler e escrever, estipularam datas comemorativas, hinos, bandeiras e celebrações.


A granja mudou de nome para Granja dos Bichos, foram criados sete mandamentos que eram a síntese do Animalismo e todos os assuntos eram discutidos em círculo e sugestões eram dadas. Mas tinha um porco (Napoleão) que sempre se discordava de Bola-de-Neve. Um dia Napoleão (outro porco) traiu Bola-de-Neve expulsando-o da granja com a ajuda de nove cães fiéis que ele havia criado em segredo. Depois desse acontecimento a política da granja mudou radicalmente. Os animais não mais podiam dar opiniões nem fazer protestos, porque estavam sob a ameaça dos cães. Os assuntos da granja passaram a ser discutidos somente entre os porcos e não mais com toda a comunidade.


Eles agora apenas recebiam ordens e as executavam. Aos poucos Napoleão desrespeitou todos os sete mandamentos. Dormiu em camas, usou roupas, bebeu álcool, mandou matar vários animais da granja, fez comércio com humanos, e finalmente, começou a andar sob duas patas. E tudo sempre com uma boa desculpa dada pelo seu fiel amigo Garganta. Este foi um aliado imprescindível de Napoleão na imposição do novo regime que se procedia na granja; uma espécie de ditadura. Napoleão foi aos poucos mostrando sua ambição e personalidade totalitarista.


Proibiu o canto do hino "Bichos da Inglaterra" pois lembrava os princípios da revolução, modificou a bandeira, obrigava os bichos a trabalhar com comida reduzida e as galinhas a botar mais ovos que sua capacidade. No fim, os animais estavam trabalhando mais do que quando o Sr. Jones era dono da granja e com menos alimento.


George Orwell utiliza-se da ficção para condenar o aburguesamento do regime soviético. Condena os revolucionários em tese, mas burgueses na prática. O livro é indicado para pessoas que se interessam pelo relacionamento humano em sociedades e lutas de poder.Considerando o contexto no qual Revolução dos Bichos foi escrito, o autor cria uma ficção para mostrar, condenar e protestar o totalitarismo político.


Ele tenta mostrar que tanto o capitalismo opressor instalado na Inglaterra da época, quanto o socialismo na Rússia, eram a mesma coisa. Napoleão, o porco do livro, representa Stalin, que o autor considera um traidor da revolução. As figuras como Sansão e Quitéria (eqüinos), mostram a classe trabalhadora ingênua e oprimida.


O que o autor deixa em aberto é se houve mesmo uma revolução "verdadeira" ou se tudo não passou de jogo de poderes entre os porcos. Como o conto faz alusão a revolução socialista em 1917, a de se supor que Bola-de-Neve era Lênin. Porém esta suposição não se confirma. A quem diga que Bola-de-Neve foi Trotsky, porém também não se confirma esta hipótese, já que quem iniciou a revolução foi o próprio Bola-de-Neve.



Nenhum comentário:

Postar um comentário