Este assunto foi um dos temas da última aula do Cancela, na sala do segundo semestre. Jaíse foi quem falou sobre ele. Olha só que texto bacana.
Os índios Maxakalis estão instalados no nordeste de Minas Gerais, entre os Vales do Mucuri e Jequitinhonha. Eles são o símbolo da resistência dos povos indígenas, visto que a mais de 200 anos de contato com os brancos resguardaram sua tradição. Ainda hoje, poucos índios falam o português, com o intuito de preservar sua língua.
As aldeias Maxakali ficam entre as cidades de Bertópolis e Santa Helena de Minas, e são divididas em duas áreas, as de Água Boa e Pradinho, com área total de 5.293 hectares. Estes dois grupos são divididos em clãs, o dos Buenos, em Pradinho, e o da Noêmia, de Água Boa.
Os Maxakali enfrentam dificuldades decorrentes de sucessivas administrações autoritárias, o que se tem refletido nos graves problemas de embriagues, desajustes sociais e marginalização econômica. A Mata Atlântica que antigamente predominava na área Maxakali foi devastada por fazendeiros invasores, estando hoje coberta de capim. Outro problema é a resistência sistemática a casamentos interétnicos e a mudanças na organização social e no seu universo cultural.
Os Maxakali - palavra em língua desconhecida, aplicada pela primeira vez na área do rio Jequitinhonha - não podem ser identificados como um único grupo, mas como um conjunto de vários. A denominação decorre desses grupos se articularem politicamente como aliados e terem se aldeado conjuntamente, sobretudo após 1808, quando ocorreu a invasão sistemática de seus territórios e se ampliaram os conflitos com outros grupos, particularmente com os denominados Botocudos.
Os Aranãs, juntamente com os Nacnanucs, Pojichás, Jiporoques, Potés e outros, são tribos do grupo dos Botocudos. Os Aranãs habitaram os vales dos rios Urupuca, Surubim e Itambacuri, região atualmente formada pelos municípios de Água Boa, Malacacheta e Itambacuri.
Os Aranãs eram uma tribo considerada atrasada, sendo considerada extinta no final do século XIX. Até 1.862, eram oficialmente assentados às margens do Córrego Aranã, afluente do Urupuca. Em 1.873, consta que existiam alguns representantes dessa tribo juntamente a outros silvícolas catequizados no aldeamento de Itambacuri pelos capuchinhos Frei Serafim e Frei Ângelo. Até o final da década de 1.920 encontrava-se índios puros da tribo Aranã em Itambacuri. Atualmente seus legítimos descendentes residem nos municípios de Araçuaí, Coronel Murta, Virgem da Lapa, Ponto dos Volantes, Belo Horizonte, Juatuba, Itinga, Pará de Minas e São Paulo.
De acordo com o professor, natural de Malacacheta e residente em Capelinha, José Carlos Machado, "com a ferocidade do sangue botocudo nas veias, os Aranãs expulsaram as tribos mais mansas do Urupuca e Surubim e aí se estabeleceram. Mas não sobreviveram à luta com as tribos mais fortes na disputa por terras e alimentos. Além disso, o confronto com os colonos brancos e as doenças extinguiram completamente a tribo Aranãs."
O fato de a tribo Araña ter sido oficialmente apontada como extinta provocou atualmente sérios problemas para os seus descendentes. O grupo indígena antes conhecido pelas denominações Índio e Caboclo do Jequitinhonha iniciaram a uma busca pela sua identificação étnica recentemente, datando do final da década de 1990. A preocupação começou após um grupo familiar da etnia Pankararu, originário de Pernambuco, ter migrado para a Fazenda Alagadiço, município de Coronel Murta, ocupando terra doada pela Diocese de Araçuaí, onde moram algumas famílias aranã. O convívio com os indígenas de Pernambuco, que participavam do movimento e da luta pelos direitos indígenas, estimularam o desejo antigo do grupo de investigação sobre sua origem étnica.
Com isso o grupo começou a reivindicar ao Governo Federal o seu reconhecimento enquanto povo indígena Aranã.
Grande parte dos Aranã está na Fazenda Alagadiço. Alguns vivem do artesanato e da atividade agropecuária, e uma das marcas registradas dos indígenas é uma bebida de cor avermelhada, denominada "Xamego" (mistura à base de uma planta denominada "quiabinho").
(Fonte: Indíginas em Minas).